Coragem e uma pergunta
Hoje o gosto amargo da vida vem como um sopro do passado,
ardendo a ferida e expondo o fracasso.
O olhar é alto, mas as mãos são trêmulas e inexperientes.
A vontade corre como um cavalo selvagem solto num campo verde
onde o céu parece claro e o limite não existe. Mas o toque da realidade prende a vontade, esconde a covardia pela incerteza do amanhã, pelo certo ou não, pelo conhecido ou pelo desconhecido.
A voz quer falar, mas nenhum ouvir existe, apenas as sombras da solidão e a estranheza de uma pergunta que pede direção, que pede o que se deve fazer.
Encontra-se só com seus pensamentos, tentando não pensar errado, tentando ser paciente e compreensivo. Mas este, pergunta se compreensão e paciência são os elementos necessários para o agora, pois, talvez, precise-se mesmo é de um furacão, algo para tirar as coisas do lugar, talvez um ato de coragem liberte-nos e mude quem somos por dentro e nos revele como um outro, dotado de poder sobre a própria vida, dono de suas escolhas e de suas decisões. E, talvez, neste momento, tudo faça sentido, e suas respostas venham como um copo de água que mata a sede.