Cinzel

Há uma quantidade enorme de sentimentos ocorrendo em mim

Não sei o que fazer com todo o desconhecimento sobre eles

Sei do perigo da condensação abusada entre minhas paredes

Sei que posso destruir minhas comportas sempre comportadas

Tem aquela tristeza das borboletas que não estão nos céus

Tem aquela melancolia pelas lagartas que não estão em casulos

Fico desencantada com tanta perfeição, tanta exatidão óbvia

Há dias em que não sei o que fazer de mim por um bom tempo

É largo demais este espaço que se estreita até ser inexistente

Fui a mentora daqueles rituais de alegrias e amores que se foram

Amei além do que suporto agora ter que aprender a soltar nos ares

Faço preces para um ser que não sei como nomear corretamente

Chovi o necessário, fui sol por tempo devido e anoiteci criança

Não temo a noite, mas receio os raios do dia amanhecendo nobre

Sobre mim o tempo pesa e vira pena branda e acinzenta minha tela

Queria ser mais amiga minha do que sou amiga infinitamente sua

Estou codificando tudo que não sei e sei que não sei se queria saber

Enfim, eu tenho muito medo, tenho absoluto pavor dos meus ares

Enfim não tenho mais medo de aceitar todos os meus terrores

Quem dera pudesse doá-los e me ver esquecida deles para sempre

Toma de mim toda esta vida confusa e joga fora, quero claridades

Rose Stteffen
Enviado por Rose Stteffen em 15/04/2016
Código do texto: T5606330
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.