As Casas Antigas
As portas das casas antigas
elas não rangem: É a lamúria.
As famílias que foram amigas
lhe abandonam diante da penúria.
Os sons são as veias nos canos
Que batem no silêncio dos tijolos
No telhado o sinônimo dos danos
Como se expusessem seus miolos.
As paredes manchadas de infiltração
Ignoradas por visitantes e donos
Os que morreram não deram atenção
Esses lares não ganham patronos.
Pelos cômodos, os sons de corrente
Incomodam, trazem memórias no ar
Elas vivem numa dormência doente
Pois já não são mais chamadas de lar.