A PROSTITUIÇÃO DA EDUCAÇÃO

A profissão mais antiga

Onde se ganha por hora

Mais que tem alguns víeis

Cruéis impostos além da moral

Ao prostituído pergunto:

Você dá ou vende?

Bate ponto diário?

Tem um lugar ideal,

Confortável, limpo ou sujo?

Chama na tora mesmo

Sem qualquer preliminar?

Faz sentindo prazer

Ou apenas por obrigação?

É de vida fácil?

Há dias em que dói muito?

Dá até suar, rapidinha,

Demorada, ainda sente tesão,

Ou é só um corpo em observação?

Gosta de muitos ou poucos de uma só vez?

Tem real poder sobre a quantidade?

Parece uma loucura ou uma chatice?

Grita, murmura, dialoga ou fica mudo?

Prefere os grandões, médios ou pequenos?

Já adotou vícios para esquecer?

Está relaxado ou segue firme?

Vai na louca pressão ou de boa?

No fim as pernas ficam bambas?

É capaz de sustentar a própria vida?

Depois que terminam com você

Riem da sua cara? Agradecem

Por este máximo doar do seu ser?

Pagou os pecados? Vive no inferno?

Prende-se ao gozo de dias seguros?

Sei que pensas rotineiramente

Que certas coisas não melhoram

O valor da hora não muda

E o Cafetão Público a maior parte

Do teu parco provento retém.

Pobre professor abusado,

Prostituído em seu ofício

Alguém se dispõe a dar ou vender

A você um pouco de retribuição

Pela ação de construir uma Nação?