Realidades Terminais
Tenho notícias do céu
O chefe está bem puto
É tanta reclamação que escuto
Sobre o homem que desagrega!
Eu daqui vou largar o diploma
Que hoje em diante tanto faz
Quero aprender o idioma
Que eu possa propagar a paz
Não quero ser outro carcinoma
Carregado das dores que traz.
Gostaria de poder morrer
Toda vez que querer matar meus iguais
Não consigo assim concorrer
Com essa diversidade de humanimais.
Não vou me manter calado
Mais uma vítima do pecado
Que ser silêncio sempre faz
Talvez seja hora do progresso
Tanto tempo de peito opresso
Que nem morrer nos satisfaz.
Não vou lhe prometer
Algo que me destrói demais
Não quero crime de condescender
Pelos desserviços desses neandertais
Tampouco vou me abater
Pelos que esquecem de ser iguais.
Eu vou permitir meu passado
E vou relembrar o recado
Nos auto-falantes das grandes capitais
Meu ser esteve equivocado
Nem por isso estou desanimado
Pela morte das ideias animais.
Se para cada tempo de sofrimento
Um daqueles monumentos
É erguido na terra carregada de sais
Prefiro existir no firmamento
Do que aliciar meus fundamentos
Através das enfermidades intelectuais.
Alastro-me nas várias congregações
Parece que sou uma etapa final
Deixado para trás pelas civilizações
Por existir como uma realidade terminal.