Realidades Terminais

Tenho notícias do céu

O chefe está bem puto

É tanta reclamação que escuto

Sobre o homem que desagrega!

Eu daqui vou largar o diploma

Que hoje em diante tanto faz

Quero aprender o idioma

Que eu possa propagar a paz

Não quero ser outro carcinoma

Carregado das dores que traz.

Gostaria de poder morrer

Toda vez que querer matar meus iguais

Não consigo assim concorrer

Com essa diversidade de humanimais.

Não vou me manter calado

Mais uma vítima do pecado

Que ser silêncio sempre faz

Talvez seja hora do progresso

Tanto tempo de peito opresso

Que nem morrer nos satisfaz.

Não vou lhe prometer

Algo que me destrói demais

Não quero crime de condescender

Pelos desserviços desses neandertais

Tampouco vou me abater

Pelos que esquecem de ser iguais.

Eu vou permitir meu passado

E vou relembrar o recado

Nos auto-falantes das grandes capitais

Meu ser esteve equivocado

Nem por isso estou desanimado

Pela morte das ideias animais.

Se para cada tempo de sofrimento

Um daqueles monumentos

É erguido na terra carregada de sais

Prefiro existir no firmamento

Do que aliciar meus fundamentos

Através das enfermidades intelectuais.

Alastro-me nas várias congregações

Parece que sou uma etapa final

Deixado para trás pelas civilizações

Por existir como uma realidade terminal.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 11/04/2016
Código do texto: T5601346
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