Pseudopoeta
Ninguém é de ferro.
E quem tem coração de aço?
Fomos programados pra no fim, cair.
Mas até lá se tem muito chão
E nessa vida só as coisas boas foram feitas pra se guardar.
Ninguem tem um mar de rosas como vida.
E quem saberia o que é ser feliz, se não houvesse a tristeza para difundí-la?
Mesmo que a sua não seja um assalto sagaz, que te dope de euforia
Ou até mesmo um cristal de querubim
Então, de que vale uma rima?
Se a vida não vale mais que um rubi
Não mais...
Pouco me importa se entre os meus versos
Surja um cristal de querubim
Um universo de imaginação é o que eu quero pra mim.
Ninguém foi feito pra durar pra sempre
E quem tem paciência de Jó?
Pra passar mais do que alguns segundos
Segundos...
Que por pessoas, são contados em horas
Anos, e assim sucessivamente...
Talvez alguns momentos de loucura sejam o suficiente
Pra ver que nessa vida
Pouca coisa nos faz seguir em frente
Ninguém foi feito pra se submeter
E quem foi feito pra dominar?
Se ao alcance dos meus pensamentos
Invencível eu posso me tornar
Não é o que eu quero pra mim
Quero ser apenas um mortal
Vivendo de versos loucos
Loucos, como estes que cá estão
Satisfazendo o meu desejo
De que algumas palavras
Possam fazer de mim um meio poeta
Não um poeta por inteiro
Não é isso que eu quero pra o meu janeiro
Um poeta permanece imortalizado nos seus versos
Mas eu
Eu quero apenas saborear momentos de loucura
Sem ser pego por esse mundo perverso