Pseudopoeta

Ninguém é de ferro.

E quem tem coração de aço?

Fomos programados pra no fim, cair.

Mas até lá se tem muito chão

E nessa vida só as coisas boas foram feitas pra se guardar.

Ninguem tem um mar de rosas como vida.

E quem saberia o que é ser feliz, se não houvesse a tristeza para difundí-la?

Mesmo que a sua não seja um assalto sagaz, que te dope de euforia

Ou até mesmo um cristal de querubim

Então, de que vale uma rima?

Se a vida não vale mais que um rubi

Não mais...

Pouco me importa se entre os meus versos

Surja um cristal de querubim

Um universo de imaginação é o que eu quero pra mim.

Ninguém foi feito pra durar pra sempre

E quem tem paciência de Jó?

Pra passar mais do que alguns segundos

Segundos...

Que por pessoas, são contados em horas

Anos, e assim sucessivamente...

Talvez alguns momentos de loucura sejam o suficiente

Pra ver que nessa vida

Pouca coisa nos faz seguir em frente

Ninguém foi feito pra se submeter

E quem foi feito pra dominar?

Se ao alcance dos meus pensamentos

Invencível eu posso me tornar

Não é o que eu quero pra mim

Quero ser apenas um mortal

Vivendo de versos loucos

Loucos, como estes que cá estão

Satisfazendo o meu desejo

De que algumas palavras

Possam fazer de mim um meio poeta

Não um poeta por inteiro

Não é isso que eu quero pra o meu janeiro

Um poeta permanece imortalizado nos seus versos

Mas eu

Eu quero apenas saborear momentos de loucura

Sem ser pego por esse mundo perverso

Enzo Mota
Enviado por Enzo Mota em 06/04/2016
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