Corre, rapaz!

Bate a porta

e sai, rapaz.

Uma poesia quase concebida,

uns desejos quase satisfeitos,

audições às escuras,

visões diurnas de esmola e palavrórios.

Bate a porta e corre, rapaz.

Uma poesia desajeitada,

derramada junto aos copos

e pedinte de algum corpo seguro,

porto de pecado ou simplesmente amor.

Podes amar, rapaz.

Simples,

cego,

concebido nas artimanhas

de quem te escarnece os instintos,

desestabiliza a fé

e te faz gritar.

Bate a porta e grita, rapaz!

Mãos na cabeça e olhos nos lábios...

A poesia necessita jorrar.

A dois.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 04/04/2016
Código do texto: T5594881
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.