PROMONTÓRIO
Oh! vales de pedra, pintados de cobre e passado,
Oh! promessas riscadas do mapa da mente.
Oh! horizonte baço e inerte, luz moribunda e fria.
Oh! Céu violáceo e róseo
Tu que cobres os desejos insepultos, que não mais respiram
Cobre também minha incompletude do que a vida me negou
Do alto deste promontório, eu vislumbro eu mesmo,
Estirado no ar em meio a neblina da inconsciência
Onde minha alma insiste em resgatar os sentimentos
Nas lembranças esgarças e esvoaçantes
Oh! vozes dos anjos
Vozes que habitam este silencio
Tragam minha esperança de volta,
Porque quero ainda sentir o perfume
Das manhãs embebidas de calma
Tragam que ainda tenho uma réstia de sol
Onde bate no peito, meu coração
Este mendigo, que ainda teima em sonhar!