PROMONTÓRIO

Oh! vales de pedra, pintados de cobre e passado,

Oh! promessas riscadas do mapa da mente.

Oh! horizonte baço e inerte, luz moribunda e fria.

Oh! Céu violáceo e róseo

Tu que cobres os desejos insepultos, que não mais respiram

Cobre também minha incompletude do que a vida me negou

Do alto deste promontório, eu vislumbro eu mesmo,

Estirado no ar em meio a neblina da inconsciência

Onde minha alma insiste em resgatar os sentimentos

Nas lembranças esgarças e esvoaçantes

Oh! vozes dos anjos

Vozes que habitam este silencio

Tragam minha esperança de volta,

Porque quero ainda sentir o perfume

Das manhãs embebidas de calma

Tragam que ainda tenho uma réstia de sol

Onde bate no peito, meu coração

Este mendigo, que ainda teima em sonhar!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 02/04/2016
Reeditado em 04/04/2016
Código do texto: T5592669
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