Por que escrevo?
Não escrevo porque é fácil o ofício,
Escrevo porque preciso.
Escrevo porque mais nada posso fazer,
Escrevo porque preciso escrever.
Porque já não sou cego de leitura,
Porque esse mundo que enxergo,
É loucura, mais que pura amargura,
É dor, é sepultura. É o que pego
E desenho no encontro das palavras.
O que escrevo é o que muitos deixaram de enxergar,
É tudo que consigo captar.
É a realidade tangível,
Todo esse mal que se pode pegar.
É essa dor terrível,
Que me perpassa este rimar.
O que escrevo já não sou eu,
É um algo que me abateu,
Que bagunça o meu pensar.
Quem dera se fosse eu,
Pois se o fosse poderia controlar.