ENTRE PALAVRAS E SONHOS
Parida da esperança como o olhar da criança,
Externada pela mente de seu multiplicador,
Adaptada ao mundo no desejar mais profundo,
Nos lábios que traz o riso desperta com esplendor.
No papel traz o encanto jungido pela alegria,
Como fonte da harmonia, da discórdia ou do terror,
Flui com naturalidade traduz mentira ou verdade,
É o som mais almejado ao afastar – nos da dor.
No espaço sofrido a batalha onde a guerra acirra a luta
Traduz no grito a despedida do último sopro da vida,
É venturosa em discurso, mas transmite a mentira,
Também ampara os perdidos em inconfundível magia.
Palavras ditas ingênuas de ilusão carregada,
Dirigidas a amada na confissão do ardor,
Palavras gemidas no leito com o coração gritante,
A elevar – se no instante do mais sublime clamor.
Palavras que admoestam traduzidas em promessas,
No astuto galanteador a iludir sua presa tão fraca e
Indefesa perdida na madrugada sozinha desamparada
Pelas ruas abandonada nas mãos de seu predador.
Serviu - nos da mesma palavra permeada de harmonia
Fluída pela magia em parábolas ecoadas na voz do Salvador,
Nos verbos que bordam as frases no diminuir das distâncias,
A vicejar no semblante a externa radiante no olhar do seu autor.
Palavras são laivos sublimes no verter da fantasia,
Na verdade que encanta pulsante imaginação,
Traduz – se no infimo instante do despertar do verbo,
No liame indescritível entre a emoção e a razão.
CRS 10.07.02