CORRENTES

CORRENTES

As estradas que passam por baixo dos meus pés

oferecem placas aos meus olhos

Choro e molho

Só pra o rio não secar

Dizem as placas

que não posso parar

Não posso olhar pra trás

Não posso querer mais

Ignoro

Olho

e me faço feliz

E aí

outra placa me diz:

Lá na frente tens um lugar

Ora ora,como sabe ela

se quero chegar?

Deito-me então irreverente

na grama ou no chão quente

Viro-me ao avesso e me reivento

desligo a estrada

destrato o tempo!

Distrato!

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 28/03/2016
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