Diário do Andarilho (A primeira página)

Quando acordei vi que era nascido

Já não era só um simples escrito

Não era prosa nem verso

Nem tinta ou todo o resto

Agora eu respirava

Não! Eu respiro

Olhei para o alto e vi meu pai espantado

Vi em sua mão a caneta que tinha me criado

Logo tive a certeza de que era seu filho

Quando com um sorriso ele disse

“Tu és o Andarilho”

Minhas lembranças em um diário estão guardadas

De laudas velhas, todas elas rabiscadas

Esta primeira página foi onde tudo começou

Mas não estou preso a regras ou leis, pois sou o que... Quero ser

Vago pelo universo escrevendo o que ouço e vejo

Conheço a vida e a morte, o desprezo e o desejo

Sou como a voz do cantador ou dedilhar de um arpejo

Por onde passo memórias recebo e partilho

Talvez já tenha ouvido falar de mim...

Eles me chamam de Andarilho.

Otávio N Lima
Enviado por Otávio N Lima em 28/03/2016
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