Meta/foras de uma Poesia

Quem limita suas frases

A estilística danada

Malfadada por pontos e crases

Emputece até a metafísica.

Ela fica agoniada e agonizante

Num destempero rutilante

De desespero alienante

Onde a paranoia é quantitativa

Onde a palinoia é qualitativa

Se entre Rimbaud e a Patativa

Ambos conseguem fazer magia

Cada um com sua léxica orgia

É a dialética anoréxica

Que delimita a poesia?

Eu fico Camões e com os pés

Atados a minha irreverência

Somente ela é minha prudência

É meu preservativo para preservar

O que a palavra tende a reservar

São meus marcapassos diacrônicos

Verdadeiros arcabouços irônicos

Onde nenhuma semelhança

Somente a verossimilhança

É mera coincidência

Do que a mente quer a incidência

(Sem nem uma indecência, por ora.)

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 28/03/2016
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