Meta/foras de uma Poesia
Quem limita suas frases
A estilística danada
Malfadada por pontos e crases
Emputece até a metafísica.
Ela fica agoniada e agonizante
Num destempero rutilante
De desespero alienante
Onde a paranoia é quantitativa
Onde a palinoia é qualitativa
Se entre Rimbaud e a Patativa
Ambos conseguem fazer magia
Cada um com sua léxica orgia
É a dialética anoréxica
Que delimita a poesia?
Eu fico Camões e com os pés
Atados a minha irreverência
Somente ela é minha prudência
É meu preservativo para preservar
O que a palavra tende a reservar
São meus marcapassos diacrônicos
Verdadeiros arcabouços irônicos
Onde nenhuma semelhança
Somente a verossimilhança
É mera coincidência
Do que a mente quer a incidência
(Sem nem uma indecência, por ora.)