Numa Redoma de Vidro

Numa redoma de vidro lhe vejo

Dissolvendo o peso que tormenta

Eu, sintoma antecipado do desejo

Passo a tecer paz para tua vestimenta

Esse é minha prece feita de sobejo.

Não sei o que se passa na alma tua

Mas apago esse frio, visto que é mal

Este do andar entre os receios da rua

Quero estar distante do teu umbral

Espero teu espírito com esperança crua.

O amanhã nunca deve ser previsto

Ainda mais quando as dúvidas

Uma vez resolvidas, tornam-se dívidas

Insisto, para que siga adiante, insisto

Antes das realidades, vivem-se as vidas.

Dessas estrelas que descem ao sorriso

Nenhuma lê sua mente quando pode

Os anjos estão no nosso mesmo piso

O mundo muda e ninguém nos acode

Mas pondera o universo sempre indeciso.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 23/03/2016
Código do texto: T5582234
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