Numa Redoma de Vidro
Numa redoma de vidro lhe vejo
Dissolvendo o peso que tormenta
Eu, sintoma antecipado do desejo
Passo a tecer paz para tua vestimenta
Esse é minha prece feita de sobejo.
Não sei o que se passa na alma tua
Mas apago esse frio, visto que é mal
Este do andar entre os receios da rua
Quero estar distante do teu umbral
Espero teu espírito com esperança crua.
O amanhã nunca deve ser previsto
Ainda mais quando as dúvidas
Uma vez resolvidas, tornam-se dívidas
Insisto, para que siga adiante, insisto
Antes das realidades, vivem-se as vidas.
Dessas estrelas que descem ao sorriso
Nenhuma lê sua mente quando pode
Os anjos estão no nosso mesmo piso
O mundo muda e ninguém nos acode
Mas pondera o universo sempre indeciso.