A Odisséia da Audácia

Do que dizer da audácia

Senão uma magia interna

Quando a realidade perdida

Torna-se a maiêutica homérica

De lutar pelo todo

Que se ignorou até então?

Pigmaleão (por efeito e escultura)

Abraça o derradeiro diálogo

Da morte da pavidez

A busca do desiderato

Destrinchar os inimigos

E seus respectivos abrigos

(desde a mente até a alma)

Purificando em ataraxia

Até aclimatar a sabedoria

Até então em comatose pelo medo.

Não há maior perigo

Do que duvidar do audaz

À beira da loucura

No próprio paracosmo

Na dúvida contumaz

Quanto mais ameaçado

Bestial se torna

Tão perspicaz

Que deixou de ser cachorro

Para ser anfísbena divina

Ninguém tenta a atacar

Senão o próprio destino.

Tanto pranto

Tanto encanto

Entre encontros

Aos desencontros

Cada qual em seu canto

Uma vez realizado

O audaz desembestado

Encontra a sua paz

No seu estágio de catarse

Onde enfim se junta a parcimônia

E sua eufêmica serenidade.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 22/03/2016
Código do texto: T5581266
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