O “QUASE” MORREU
O quase morreu; morreu porque não aconteceu.
Viveu, mas não existiu, não compartilhou com a possibilidade.
Deixou de conquistar à vontade que brotava; numa certeza da caminhada.
Agora, neste agora, já não existe, se foi sem deixar saudades.
O quase não se vestiu com os sabores dos sonhos, não viveu a realidade.
Quase se manteve na sabedoria do silêncio, mas dize: - Eu não posso! ...
Teve tanta presa em ir-se, que não deixou pegadas no tempo.
Apesar do tudo, não levou nada que semeou.
Quase sentiu o aroma do eucalipto, mas não teve tempo para tocar a terra.
Contemplou tantas ondas do mar, mas nunca sentiu o seu toque de limites...
Contentou-se com a pérola e não soube nada da dor que a produziu.
Enfim, morreu em vida, sem existir, sem compartilhar, somente olhar...
Tentou correr num dia frio, mas, aqueceu-se trancado em suas memórias.
Não iluminou o seu caminho com passos compartilhados; recusou-se seguir.
O quase até sentiu que tinha potencial para gritar, mas não falou para ninguém.
O quase nunca aconteceu, não ouviu seus silêncios, não sorria para alguém.
Quase errou; não se perdoou, não disse que precisava de alguém...
Quase sempre, não se via como era diante dos olhos que quem lhe amou.
Amava somente a dor que já não doía, não ensinava a importância do Caminho.
Adormeceu sem se despertar para o momento do existir e compartilhar.
Escritor Lúcio Alex. Belmonte 27/05/2015 11hs11m
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