Apressado

Sai

apressado

e bate a porta

contra o mundo.

Todos os sentidos

embaçados pelas lágrimas

contidas em discussão,

todas as juras sufocadas

no peito arranhado e machucado

pela mentira de amar.

Quem amaria, filho?

Quem seria capaz

de tamanha virtude?

Sai apressado e perde o controle do tempo...

Deixem meu menino viver,

que essa coisa de amor

é perigosa demais.

Volta, garoto.

Por que não voltas desse abismo?

Por que não ouviste o conselho antes da morte?

Sai apressado aquele grito do peito.

Morreu de amor na canalhice

do viaduto e

jurou por Deus

que era homem.

Volta, garoto.

Morre não, garoto.

Volta, que os pais necessitam viver.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 11/03/2016
Reeditado em 11/03/2016
Código do texto: T5570714
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.