Apressado
Sai
apressado
e bate a porta
contra o mundo.
Todos os sentidos
embaçados pelas lágrimas
contidas em discussão,
todas as juras sufocadas
no peito arranhado e machucado
pela mentira de amar.
Quem amaria, filho?
Quem seria capaz
de tamanha virtude?
Sai apressado e perde o controle do tempo...
Deixem meu menino viver,
que essa coisa de amor
é perigosa demais.
Volta, garoto.
Por que não voltas desse abismo?
Por que não ouviste o conselho antes da morte?
Sai apressado aquele grito do peito.
Morreu de amor na canalhice
do viaduto e
jurou por Deus
que era homem.
Volta, garoto.
Morre não, garoto.
Volta, que os pais necessitam viver.