Felicidade
A felicidade tece um enigma:
É uma civilidade em sortilégio,
Rara ao toque como estigma
Seu alcance é de poder egrégio:
Fortuito, portanto, privilégio.
Tal portento pode ser dialógico,
Mas a alma e o corpo não esperam
Na urgência eles se exasperam
Como o tempo que não é lógico
Pode trazê-la a rogo solilóquico.
Ela, no final, não especifica berço
É espasmódica e orgástica
Episódica como se reza o terço
Nunca menos será fantástica,
É fogo do qual sempre me aqueço!