Felicidade

A felicidade tece um enigma:

É uma civilidade em sortilégio,

Rara ao toque como estigma

Seu alcance é de poder egrégio:

Fortuito, portanto, privilégio.

Tal portento pode ser dialógico,

Mas a alma e o corpo não esperam

Na urgência eles se exasperam

Como o tempo que não é lógico

Pode trazê-la a rogo solilóquico.

Ela, no final, não especifica berço

É espasmódica e orgástica

Episódica como se reza o terço

Nunca menos será fantástica,

É fogo do qual sempre me aqueço!

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 10/03/2016
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