Domingo

As horas

precipitam

o poeta.

Banco de praça.

Bancos demais.

Bando de espectros.

Horas altivas,

horas tantas, Senhor!

Leva a vida nos calcanhares,

diverte-se com

o desejo das pernas

e dos vestidos,

balouça o firmamento

por uns rabos de saia,

evolui tanto desejo,

mas não é pro teu bico, rapaz.

Por que bicos, cidadão?!

Galápagos que se dane.

A poesia pede costelas.

E coxas,

e bundas,

e cointreau em fim de tarde.

Espera o sol e o calor do oriente,

lê mundos e fundos

o poeta

encolhido

na magia das vitrines.

As horas precipitam o poeta!

Trazem à tona

a insipidez dos encontros,

o juramento de ébrios,

a melancolia

dos motores à beira do abismo.

Acalentam o sorriso da

garotada no parque

do andar de baixo

e a morena adora comprar

o que o poeta prefere amassar

na hora da cama.

Badala coração,

que a saudade

é esquisita sob a luz

maquiada do shopping.

A hora é chegada

e traz consigo

o perfume de meu bem.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 09/03/2016
Código do texto: T5568747
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.