Perdoai, pois ele sabe o que faz!
Proporções tamanhas,
o azedo do paladar
enaltecido na ceia de quem morre.
O poeta destoa,
finge rostos e pessoas,
faz uns trocadilhos sem jeito
para agradar as classes.
Proporcional.
A seca da língua,
o nilo e o nordeste,
Chico e seus filhotes,
a língua e o sexo,
o nascimento sem nexo,
micro,
macro,
algorítimos tantos
sem uma conta bancária,
ser bosta ou classe média.
Proporcional.
Cambaleia o poeta
co'as mãos para cima
e um olhar ofuscado.
Mãos na cabeça!
Farol.
Barra.
Pesado jugo, rapaz!
Amor de festa,
calor de festa,
país em festa,
suor frio
e uma certeza do amanhã
que não consegue explicar
essa crueldade de hoje.
O poeta destoa...
Perdoai, pois ele sabe o que faz!