Perdoai, pois ele sabe o que faz!

Proporções tamanhas,

o azedo do paladar

enaltecido na ceia de quem morre.

O poeta destoa,

finge rostos e pessoas,

faz uns trocadilhos sem jeito

para agradar as classes.

Proporcional.

A seca da língua,

o nilo e o nordeste,

Chico e seus filhotes,

a língua e o sexo,

o nascimento sem nexo,

micro,

macro,

algorítimos tantos

sem uma conta bancária,

ser bosta ou classe média.

Proporcional.

Cambaleia o poeta

co'as mãos para cima

e um olhar ofuscado.

Mãos na cabeça!

Farol.

Barra.

Pesado jugo, rapaz!

Amor de festa,

calor de festa,

país em festa,

suor frio

e uma certeza do amanhã

que não consegue explicar

essa crueldade de hoje.

O poeta destoa...

Perdoai, pois ele sabe o que faz!

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 07/03/2016
Código do texto: T5566420
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