Não quero maltratar o amor
Não, não quero
Deixo que ele fique livre
Ele foge, flutua, segue
Adiante, pela brisa, pelos ventos
Deixo que vá assim
E, ao mesmo tempo,
Ele vive em mim
Volta, se ajeita, se acomoda
No calor do meu coração
Adormece, amanhece, anoitece
Festeja a vida, cura ferida
Não, não vou puni-lo
Ele é assim, tão cheio de beleza
Que é da sua natureza
Pregar peças, ter seu mistério
É um caso sério este tal do amor
Guarda segredos do que passou
Do que findou, mas que boa lembrança deixou
Daí meu coração entendeu; se conformou
Concluo, sem mais nenhuma dor:
Não quero maltratar o amor