Nunca

Posso sempre dizer que nunca

Nunca sempre fez parte de mim

Sempre também esteve presente

Tanto foi arrancado da minha terra

Um tanto outro semeei no meu solo

Nem tudo floriu, mas tudo resultou

Os frutos estiveram diante de mim

Alguns consumi, outros absorvi

No meu voo de devaneios vi muito

Não tenho asas coloridas e fantásticas

Voei por empréstimos preciosos

Medos, sedes, refeições prolongadas

Nunca me afoguei em qualquer coisa

As minhas palavras estão quietas

O meu coração está tão levíssimo!

Onde foram parar as minhas pedras?

Sei não, sei nada, sei lá, sei nunca

Qualquer hora dou de cara com a pedreira

Havia uma frase linda e profunda

Apaguei e escondi; ninguém a merece

Ousadias fazem bem algumas vezes

Silêncios prolongados são precisos

Quando a quietude inquieta demais

Momento de dar os ares da cara por aí

Rose Stteffen
Enviado por Rose Stteffen em 03/03/2016
Código do texto: T5562378
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