Cais

As aves grasnam pilhérias,

delimitam o itinerário

dos sonhos,

camuflam a paz,

desdenham de quem não pode voar

e

anunciam uma saudade

safada que me acomete

na palidez do cais.

O cigarro esquecido nos lábios,

os gemidos esquecidos nos lábios,

cenário de poesias incompletas

na areia e nos corpos,

numa tarde cinza

de amantes distantes.

Passam as aves

e com elas o nosso amor.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 23/02/2016
Código do texto: T5552912
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