Olhos abertos
De repente acordei,
Não porque dormia
Não porque era noite
Não porque era dia
Acordei por que devia,
Acordei para a realidade
Para as falsas verdades
Para caminhar com liberdade,
Sem temer a escuridão
Acordei, porque cansei
Cansei da tirania e dos foras da lei
Cansei da hipocrisia dos amantes do rei
Cansei da covardia dos que sobrevivem da guerra
Cansei da minha própria terra
Cansei
Cansei de dizer amém a tudo que me é imposto
Cansei de tanto desgosto
Cansei de expor o meu rosto entre tantos mascarados
Cansei de ser enganado
Cansei da televisão
Cansei de implorar pela vida
Cansei de quem pratica o mal e se ajoelha pedindo perdão
Cansei
Cansei de viver sonolento, calado, e em meio a tantas drogas
Cansei dos que usam toga, batina, e colarinho branco
Cansei de ser refém dos bancos, que cobram para me explorar
Cansei das falcatruas, e das ruas das grandes cidades
Cansei do falso moralismo e do egoísmo de nossa sociedade
Cansei
Cansei de enfeitar o presente
Cansei de toda essa gente que só faz pensar em si
Cansei, mas ainda estou aqui, bem ou mal, mas acordado
Disposto a cobrar com jurus, o futuro que me foi negado