Carta de um INDIGENTE
Se um dia perguntarem como vivi
respondam que vivi por aí.
Um dia aqui outro ali
vendo mil coisas acontecendo
pessoas enlouquecendo, abaixam a cabeça e "andam correndo".
Aceitaram um véu, não olham mais pro céu.
Eu permaneço aqui.
Ao dormir meu teto é um céu de estrelas
minha cama é o chão de pedra de terra ou um banco de madeira,
se tá frio, acendo uma fogueira.
Ao acordar com sol nascendo
não me preocupo, não estou devendo.
Contemplo a natureza, sua riqueza e beleza
contrastam com pobreza das pessoas que não querem vê-la,
fechadas em carros de vidro escuro
refrescadas por um "vento fajuto".
Por fim
na cidade continuarei um matuto
visto por todos como sujismundo, vagabundo
exemplo a não ser seguido no mundo
por apenas querer viver oriundo.