Carta de um INDIGENTE

Se um dia perguntarem como vivi

respondam que vivi por aí.

Um dia aqui outro ali

vendo mil coisas acontecendo

pessoas enlouquecendo, abaixam a cabeça e "andam correndo".

Aceitaram um véu, não olham mais pro céu.

Eu permaneço aqui.

Ao dormir meu teto é um céu de estrelas

minha cama é o chão de pedra de terra ou um banco de madeira,

se tá frio, acendo uma fogueira.

Ao acordar com sol nascendo

não me preocupo, não estou devendo.

Contemplo a natureza, sua riqueza e beleza

contrastam com pobreza das pessoas que não querem vê-la,

fechadas em carros de vidro escuro

refrescadas por um "vento fajuto".

Por fim

na cidade continuarei um matuto

visto por todos como sujismundo, vagabundo

exemplo a não ser seguido no mundo

por apenas querer viver oriundo.

K MILLO
Enviado por K MILLO em 19/02/2016
Reeditado em 19/02/2016
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