Assim na terra como nos céus

É insano,

é isento,

é humano demais.

Fecham-se as portas...

Não, homem!

Vai procurar abrigo

em outros abrigos.

Aqui há casa

(mas não será sua),

aqui há demasiadas noites

(mas não terás lua),

há o calor dos abraços e

braços de meretriz carnuda

para noites frias

(poligâmicos, mas monocromáticos),

há galhos, redes, teorias extravagantes,

escambo inútil que surpreende

há quinhentos e tantos anos.

Só tens vinte e pouco...

Não, homem.

É insano,

é mundano,

primícia de criação equivocada

por mãos enlouquecidas,

resto de carnaval

e cinzas.

Pode isso?!

O homem querer apenas

sua condição de homem,

seu brio posto à mesa

ou enclausurado nos seios da mulher amada,

um orgasmo social sem Rousseau ou sabatinas.

Morrer dignamente.

Seja por amor

ou simplesmente

por ter vivido.

Assim na terra como nos céus.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 18/02/2016
Código do texto: T5547579
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.