Assim na terra como nos céus
É insano,
é isento,
é humano demais.
Fecham-se as portas...
Não, homem!
Vai procurar abrigo
em outros abrigos.
Aqui há casa
(mas não será sua),
aqui há demasiadas noites
(mas não terás lua),
há o calor dos abraços e
braços de meretriz carnuda
para noites frias
(poligâmicos, mas monocromáticos),
há galhos, redes, teorias extravagantes,
escambo inútil que surpreende
há quinhentos e tantos anos.
Só tens vinte e pouco...
Não, homem.
É insano,
é mundano,
primícia de criação equivocada
por mãos enlouquecidas,
resto de carnaval
e cinzas.
Pode isso?!
O homem querer apenas
sua condição de homem,
seu brio posto à mesa
ou enclausurado nos seios da mulher amada,
um orgasmo social sem Rousseau ou sabatinas.
Morrer dignamente.
Seja por amor
ou simplesmente
por ter vivido.
Assim na terra como nos céus.