Não tem jeito

Leva a garrafa, não tem jeito.

Depois da boemia,

depois da liturgia,

depois do amor

e seus truques,

depois da televisão

e seus duques.

Duquesas tantas, meu pai!

Leva a garrafa, não tem jeito.

E precisa votar,

e precisa voltar,

e precisa vomitar

sabedoria tamanha

pela evolução de alunos brilhantes.

Também levam garrafas,

também lavam garrafas,

também lavam os pés antes de pecar.

Vejam só!

Por que eu, permanente orgânico desajeitado

e batizado em águas puras de sódio e cloro

optaria por não aderir às modas?!

Ausento-me por hora, senhores.

O dever e a sede me dão ordens,

e um filho padrão deve ser obediente.

Levo a garrafa,

meu amor destilado,

glórias e aleluias,

cambalear e pedir a Deus

tostões e mulheres...

Absinto

e sinto muito.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 15/02/2016
Código do texto: T5544170
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