Isto aqui...
Óh vida!
Por que és tão lúgubre e infeliz?
Confusa e inexplicável?
Se fosses feliz
Serias vida?
Sofrimentos e contingências
Diversas e atravessadas...
Vida...
Se conseguisses explicá-la
Não mais vida seria.
Se feliz fosses
Nada seria.
Ou tudo!
Mas não vida!
Óh vida
Por que compreende e empreende o absurdo?
Por que o fim do mundo
Não és o fim de ti?
Vida, vida, vida...
Olho-te de longe
Por dentro de ti mesma.
Vejo-te em anseios.
Mas, nada posso fazer.
O que pensar?
Tudo de bom que não vida!
Por que, se boa fosses
Nada de vida serias!
Óh vida!
Lástimas
Estilhaços...
Vida sem vida e sem nexos!
Infeliz e, assim,
Só assim, se faz viva!
Profundidade de obscuridade
Profundezas desse abismo
Injusto?
Não serias vida se fosses bela...
Nada de vida!
Tudo de nada!
Óh vida!
Viva e morta!
Morta e...
Vida?
Tudo em vão.
Nada se faz além...
Infelicidade e sofrimentos
Tormentos...
E, daqui, ainda a observo.
Mas, como?
Vida e morte
Morte e...
Ainda viva?
Profundezas
E...
Vivo?