Uma canção inocente
Estou aqui novamente, aliás, sempre.
Desta vez, diferentemente de outras
menos triste, menos surdo.
Aceitei sua tese do absurdo,
nem por isso o amor desiste, insiste.
Procuro-te agora olhando para as nuvens
como na música de John
“Luci no céu com diamantes”.
De mãos dadas a caminhar no jardim,
sob o cobertor quando a chuva lá fora cai
são sonhos passados, sem mágoas, sem ais.
Sempre estarei do teu lado
mesmo longe do teu sorriso carmim.
Canção por demais pueril?
Talvez, no entanto, distante de ser
uma ânsia louca.
“Do que tem em abundância, o coração,
disso fala a boca”.
Seus olhos estão por ai.
Seus versos também sei bem onde encontrar.
Não há como fugir, nem haveria porque
se tudo é tão bonito.