Esquina
Tuas esquinas desafiam,
escondem suor e sexo em poros de massapê,
escondem amores sufocados
pelas rédeas de sistemas
e tragos de egoísmo
cuspido em gravatas e pratos.
Esquinas vis.
Onde esperas o mesmo ônibus,
onde paixões são juradas
pelos mesmos lábios
que matam amores,
onde a paz acelera os peitos
e os pulsos em codificações rotineiras,
o que é sacro, carnavalesco, humano,
inteiramente vespertino,
deletérios.
Tuas esquinas me esperam, sob os mesmos céus,
tuas orgias me aguardam, sem vergonha e como sempre,
bifurcações, labirintos de êxtase e
passos largos,
fumaça e destilados,
descarrilados,
estilhaços.
Antes.
Demais.
Nada.