Esquina

Tuas esquinas desafiam,

escondem suor e sexo em poros de massapê,

escondem amores sufocados

pelas rédeas de sistemas

e tragos de egoísmo

cuspido em gravatas e pratos.

Esquinas vis.

Onde esperas o mesmo ônibus,

onde paixões são juradas

pelos mesmos lábios

que matam amores,

onde a paz acelera os peitos

e os pulsos em codificações rotineiras,

o que é sacro, carnavalesco, humano,

inteiramente vespertino,

deletérios.

Tuas esquinas me esperam, sob os mesmos céus,

tuas orgias me aguardam, sem vergonha e como sempre,

bifurcações, labirintos de êxtase e

passos largos,

fumaça e destilados,

descarrilados,

estilhaços.

Antes.

Demais.

Nada.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 05/02/2016
Código do texto: T5534684
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