Sentir
Colado, grudado, que não quer acabar
Às vezes parece despedaçado, acabado
Mas vive, aqui e lá, sempre a ressuscitar
Um poema que nunca está consumado
E a vida vai retocando,dia a dia, devagar
O tempo vai amarelando as folhas escritas
Sem receita, nem adianta tentar cozinhar
Aqui a vida é arte, um escreve, outro imita
Fica tudo bonito, mãos para fazer versar
Pois solidão sufoca, até não se aguentar
Se dissolve num poema, e verte do olhar
Mas se é de felicidade, não irá incomodar.