Rascunhos em cardápio de motel
Todas as regras
saíram do controle,
música ruim,
gente ruim,
ruína cutânea
assombrada nos viadutos
e em Sião.
Pai nosso, vosso,
diabos nossos, presentes,
quinquilharias de oferendas
que se vendem por poucos reais
nas bodegas e nos altares,
ideologias baratas,
pornografias baratas,
castidade sem rumo
nem vergonha na cara.
Agora é acender o cigarro,
ferir os nervos,
ferir os pelos,
ferir-te as brechas,
suprimir orações,
ora sem pontos,
ora sem nós nem cruzes,
ascender pelo desejo da carne,
embriagar a poesia em beijos
e deitar antes que o mundo reclame.
Mas, reclamar de quê?!