Escondido

Bem quietinho, observo sua chegada

De tom amarelo, você vem me visitar

E passeia por mim...

E lambe minha pele...

Parecendo saber do infinito

Você vem num nível diferente

Transforma-me em perturbação

Quando dou por mim, já estou no escuro

É nesse buraco que me faço abrigo

Decoro meus fantasmas nas paredes

E a luz que agora acende

Vem reacender nossos pecados

No meio desse presente

Quietinho, vou escondendo meus rastros

É que dentro de mim tudo vira despedida

E já não durmo mais

Para eu adormecer, você decide me ninar

Mas nenhum sonho me acena

Então, resolve me barganhar

Só que eu não caibo no seu quarto...

Caibo-me nesse buraco, aqui

Escuro e tão acostumado com o meu cheiro

Por agora, essa é a energia...

Essa é a sina...

Um dia, isso perderá todo o sentido

Eu irei te dizer adeus...

No caminho, haverão outras cicatrizes

Mas, por enquanto, esta me serve à cara

Rômulo Sousa
Enviado por Rômulo Sousa em 28/01/2016
Reeditado em 29/02/2016
Código do texto: T5526416
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.