Introspecção

Entre o amor e a dor, o sorriso e as lágrimas, sobram as rimas

Desprendidas palavras da alma, que se ajeitam nas linhas retas

Às vezes saem tortas, garranchos irreconhecíveis, impossíveis

Que parecem belas, feita com olhar poético, tão cruas, indiretas

Que parecem certas, param em muralhas da vida, corrompidas

Meninas verde esmeralda, que olha entristecida, tecendo, lendo

Morrendo, vivendo, sendo apenas humana, um ser alado, fiado

Comendo, emprestando sentido, mãos calejadas, varrendo vida

E o pó vento levanta, voa telha, outdoor, voa versos pelo mundo

De um jeito meio profundo, rasos absurdos de nós dois, tão fundo

Um poço escuro, de lá vejo estrelas, que brilham nas madrugadas

E a terra batida de pisadas marcadas, solidão, palavras, um nada.