Liquefeito
O sol ardia,
como nunca antes,
suor, sangue e amargura.
O rapaz desfalecia, incrédulo,
ante monumentos de pedra e mentiras,
co'a face enrugada e cansada dos abismos,
à procura de abraços,
quiçá braços do Pai.
Pai nosso que estás nos céus:
Vê esse filho vosso que clama da terra
e afoga-se em pedras e coquetéis.
O sol ardia.
Umas tentativas de mesclar vida e morte,
delícias e poesias num ato lúgubre, público.
Outros passos,
ponto de ônibus,
safena e rostos íngremes...
O sol se punha,
e levou consigo
as dores do rapaz.
Liquefeito.