Puramente sem sentido
Um salto apenas um salto
É onde tudo começa
Um palmo me separa
Do meu objetivo
Que aliado absurdo
Atacado massacrado
Retido esquecido
Roubado logrado
Em uma espiral interminável
Que não leva a lugar algum
No parapeito do prédio
Apenas a sensação
Nos olhos o horizonte riscado com fumaça
Na mente apenas um vazio corroendo
Na rua a correria da ignorância
A barbaria de quem não conhece compreensão
Um amontoado de coisas desconexas
Um ninho de formigas alvoroçadas
Que correm sem saírem do lugar
Olhando daqui pura loucura
Do parapeito do prédio
O que me chama a atenção
É apenas uma janela
Dela surgem meus pensamentos
De repente o telefone toca
Hora de voltar à realidade