DIVAGAÇÕES ENTRE O AMOR E A VIDA
Juliana Valis




Quando as lágrimas derramarem breves rios

De leves empecilhos, de dores ou de versos,

Não torne, assim, os amores tão vazios,

Quanto os dias no tempo tão dispersos...



Quando as dúvidas já verterem oceanos

De receios, de enigmas, em profanos sonhos,

Não faça dos risos sempre planos

Uma intempérie de equívocos tristonhos !




Ah, nunca saberemos exatamente tudo,

Nem a milésima parte do que seja o nada,

Mas se tivermos além de um grito mudo,

Um sonho insigne como nossa estrada,

Talvez a vida nos forneça escudo

Contra as tantas dores que o universo brada... 



E, assim, amigos, o que seja tempo,

O que seja sentido muito além de nós,

Transformar-se-á no mar do sentimento,

No que o verbo "amar" possa dizer veloz,

Em versos sempre sós que, pela alma, invento,

Ouvindo o amor cantar em bela voz. 


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FOTO acima de uma vista do Caribe, para sonharmos:
http://www.redcaribe.com/Martinica/MarCaribe.jpg