Pão e letras

Ouço o barulho da fome

Resmunga e não dou ouvidos

Que a matéria padeça

Enquanto o espírito se eleva

Estou confusa

Será que foi a fome das letras

Essa, adentrando os espaços

Ou era a carne, tão humana

Pedindo um bocado?

Estou indo na contramão

Atrapalhando o tráfego

Tenho medo da colisão

E sem uma gota de álcool

Vejo tudo dobrado

Talvez seja hora de parar

Estacionar, quem sabe

Seja a hora de aprender a dirigir

Não, acho que não

Deve ser a fome

Causando alucinação, mas...

Nada melhor do que um pão

Nada melhor do que uma inspiração.