O fim do meu entardecer

Não preciso temer

Por aquilo que há de doer

No íntimo de meus segredos

Que escandaliza meus medos

Que me torna efêmero, menor que um rochedo

Mas alivia minha alma

Que pode voar, assim calma.

A morte é silenciosa

E silencia sem clemência, minuciosa

Criteriosa, ansiosa, arguciosa, vaidosa, impetuosa.

Odiosa, maliciosa, audaciosa, mas valiosa

O que seria da vida sem a morte

Por sorte

Muitos vivem para sorrir

Dar exemplo e colorir

O cinza que toma conta do porvir

Não devemos temer a morte

Muito menos deixar de saber que ela existe

Mesmo que você fique todo triste

Lidar com a realidade

Faz você ter vontade

De viver feliz

De não ter só uma vidinha

De gentinha infeliz.

O que você fará, jovem aprendiz?

Para melhorar seu respirar, seu viver, seu cantar?

Sem mágoa, sem trava para o seu caminhar.

Eu não temo a morte

Eu sei que ela chegará

Sobre mim triunfará

Diante da minha fragilidade

Mas eu tenho é muita vontade

Correr dela, por muito tempo

Como os pássaros que se escondem do vento

Mas eu sei que ela chegará

E por melhor que eu possa estar

Não posso me enganar

Vai doer

Vou sofrer

Mas será o fim da profunda dor do meu ser.

Meu cair de tarde, meu entardecer.

Meu último suspiro, meu envelhecer

Meu fim, meu início

Meu adeus.

Minha eternidade.

www.alinequinsan.blogspot.com

www.facebook.com/alinequinsan

https://www.youtube.com/channel/UC_Su4eACjQk_Gac9Ovj7OLw