Realidade

Fechou os olhos da poesia, murchou a flor,

Tropeçou em pedras, se feriu em espinhos;

Chegou sarcástica, e sem nenhum carinho...

Não se importou com quem chorou de amor.

Quis roubar do poeta a sensibilidade, poesia,

Tirar de suas mãos ternura que tanto vertia;

E parecendo tão certo, não percebeu, morria...

O ser tão frágil, forte, que também lhe queria.

Indiferente seguiu, riu, de quem ficava, sofria,

A poesia sumiu, poeta partiu, um mundo vazio;

Cadê o poema, que nas belas mãos se fazia?

Realidade entendeu, mundo só com ela, é frio.