Metralhadora de desejos
Metralhadora de desejos
Atravessa o peito
Com balas de festim
Ressoa som seco
Não trovejar estridente,
Mas risada infante
Que brinca de machucar
Forma-se discreta fumaça
Secando boca e pulmão
Pólvora: prato de entrada
Pra atiçar segredos
Guardados sob a língua
Toda carne não alvejada
Quer sangrar saudade
E o eco vazio do clique,
No silêncio em que
A risada morreu,
Tendência o fim
De tonta tortura:
Pior que esmorecer:
Por para dormir
Na mesma órbita
Em que acordou.