Metralhadora de desejos

Metralhadora de desejos

Atravessa o peito

Com balas de festim

Ressoa som seco

Não trovejar estridente,

Mas risada infante

Que brinca de machucar

Forma-se discreta fumaça

Secando boca e pulmão

Pólvora: prato de entrada

Pra atiçar segredos

Guardados sob a língua

Toda carne não alvejada

Quer sangrar saudade

E o eco vazio do clique,

No silêncio em que

A risada morreu,

Tendência o fim

De tonta tortura:

Pior que esmorecer:

Por para dormir

Na mesma órbita

Em que acordou.

Unilson Mangini
Enviado por Unilson Mangini em 09/01/2016
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