Balanço
Onde fui demasiado doce, me fiz amargo,
Onde foi mera bola fora, game over, fim;
Onde fui estreito, não pretendo ser largo,
Onde presidi não renunciei ao meu cargo,
Onde enchi, agora vejo um vazio de mim...
Sei, estou falando coisas, do ano passado,
a casa das sete mulheres estava em cartaz;
mas, depois que o filme antigo foi queimado,
se parte para outra, o muro tem outro lado,
ora a desdita leva um bem, ora, ventura traz...
O desejo dormido se fazendo transparente,
pode despertar o que também dormia alheio;
e a mente renovada pode tentar; novamente,
acender um fogo que quando ficaria quente,
foi aplacado pela chuva inoportuna que veio...
Mas, querer algo novo não significa, de novo;
quem chamou pra arena a metida preposição?
Sei, dos desvalores que grassam entre o povo,
Nem por isso insistirei buscando pelo em ovo,
Não faço reverência ao Sim, na corte do não...
Se o ano novo mostrar uma bela face, mulher
Não suprimirá de chofre o desengano que pesa;
Certos valores, além de um corpo, se faz mister,
Assim, posso dar minha vida por quem me quer,
ou, não dar um passo, por quem me despreza...