O espelho de cada esquina
Notas musicais (...) tiram do isolamento o véu e o sal
De cada rua, cada mesa, cada olhar
Tudo amassado pela mão
Filho da palavra estrangeira
Uma maçã, um jardim de frutas no coração
Entre o verde e o azul, o cinza em cada paralelepípedo
Com a alma pro sol
Buscando enxergar a si
Sempre assim
Navegar em rios urbanos
Mares humanos
Segredos afogados
Tudo correnteza
Vida corrente
Com a voz rouca e molhada
Sempre alegre e nunca cansada
Sente a boca da rua
Mergulho em cada porta
Olho as casas e me dissolvo em seus telhados
Um pássaro, um convite
Não me faltam asas
Voar sem perder de vista o caminho que tenho que seguir
Em cada pedaço da cidade
Cada telha, cada rosto
Em cada vazio
Um pedaço de mim...