Monólogo de vida, tempo e amor

Deixa a brisa tocar.

Deixa a onda bater.

Deixa o rio correr.

Deixa o toque fazer

o corpo estremecer.

Deixa a vida amar.

Deixa a alma viver.

Olhos presos na imensidão,

alma perdida na escuridão,

não, não há solidão.

Mãos vazias mas coração cheio.

Olhos vidrados, mas mente viajando,

se perdendo entre o brilho e a escuridão no céu do teu olhar...

me perco em minha mente que se perde em teus lábios que tentam encontrar os meus.

O ar falta,

o coração se inquieta no peito

que arde com as vidas que tem de suportar.

Mas o jeito é deixar fluir.

Andar.

Correr.

Parar.

Não tente segurar seu braço,

apenas se deixe ser guiado pelo seu doce e tênue toque.

Apenas à encare

olhe nos seus olhos.

Siga.

Apenas deixe que te guie

pois sabe o caminho.

Não vá na frente

nem atrás.

Vá ao lado.

Não acelere nada.

(Para quê haveríamos de ter pressa?)

Apenas deixe ser ou deixar de ser.

Deixe que suma de você.

Você quem não pode sumir...

mas afinal...

do que eu falava mesmo?

Da vida?

Do amor?

Não sei mais ao certo,

mas vou seguir...

Meu objetivo?

Caminhar até o fim da estrada sem fim.

Viver sem deixar de ser.