SEM SABER
Como um rio que segue...
Cumpre a sua sina sem indagações,
Queria ser, me mover entregue,
Às ações das quatro estações.
Queria ser como a lua, que silente,
Envolve as almas enamoradas,
Promove sonhos, inspira poetas reticentes,
Depois sai de cena, dando lugar a alvorada.
Nem rio, nem lua, sujeito imperfeito, sou,
Inserido nas sendas da realidade,
O ponto de interrogação ecoa, por onde vou,
Enviesa, lesa, pesa a minha identidade.
Assim é o traçado, inquieto jeito de viver...
Não se sabe nada vezes nada e morre sem saber.