GARANHUNS FEMININA

A névoa encobriu com o véu a deslizar,

as sete virgens, os seus acalentar.

Tapete de flores no agreste se estendeu,

às mais belas, que a natureza floresceu.

Amores tantos mil, em terra fértil brotou.

Noite de sereno, na grota funda a santa chorrou.

Anum reportava o que o guará profetizou.

O relógio do tempo aqui se perfumou.

Arco-íris diluído em pétalas espalhadas.

Com águas cristalinas, suas madeixas banhadas.

Princesas tantas, que d'um sonho o castelo se formou.

Bateu asas o pequenino, no mundo à cantar, de volta pousou.

A pérola do sertão que já foi mar.

Veias inavegáveis, trouxe sereias a cantar.

O santo dourado, todo dia abençoando,

os filhos da hecatombe chorando.

Estampido antes da noite de São João,

o sol testemunha, de sangue e chorro no chão.

Gigante de ferro fumaçando, nos braços da amada a descansar,

volta à Olinda, de peito apertado, pranto saudosista a soluçar.

Ainda, botão de tão pequena o mundo enfrentou.

Com coragem, pelo sonho o pai desafiou.

Catedral e Santa Sofia, escondem seu canto no ar,

a carismática dama dos felinos, cujo mistério é amar.