É quase tarde e ainda cedo
é quase tarde
e ainda embalo sol
recém nascido dentro dos olhos.
faço-o adormecer pelo prazer
de vê-lo despertar molhado
de um sonho
derramado como mar.
ardor fluídico se respinga
nos meus lábios
ferve na língua o
sabor da esperança
... e dos meus olhos
ouro diluído transborda
a quem reclamo
mais auroras
mais presenças
mais agoras
é quase tarde
e pra festa de gala
para ocasos
um brinde já se enseja
onde andas
nestas horas?
a segurar o tempo
vou teimando
mas e o sol...
até quando suportará
ser, em mim, criança
de colo?