Queria ser anjo

Sem pretensão nenhuma, e voar, fazendo só o bem,

Sem me preocupar em atender necessidades humanas;

Tão minhas, pequenos egoísmos meus, e que agridem,

Aos outros que amo, anjo, para proteger caravanas...

Acertar flechas, tão certas nos corações, e fazer amar,

Para poder voar bem pertinho, e sem me verem, roçar;

De leve a face de quem guardo, continuar sendo sensível,

Sem me desgastar, sendo imprevisível, voar, invisível...

E detalhes não seriam nada, nem lágrimas mais choraria,

Não haveria reclamações, carências, unhas afiadas, esmalte;

Batom, maquiagem, não haveria bagagem, ninguém esperaria,

Mas sou de carne, mulher, imperfeita, e tenho meus embates.