Descanso

A noite não despertou os sonhos, estavam cansados,

Dormiram a noite toda, sem dor, apagaram exaustos;

A dor de dias finalmente acalmou, o frasco quebrado,

Verteu em líquido certo, e a matéria pagou os custos.

Trinta reais num frasco tão pequeno, e tão acertado,

E não seja só maquiagem, dor que nunca foi minha;

Quero a matéria como antes, em passos apressados,

Caminhando, sem claudicar, mesmo que tão sozinha.

Dores são diferentes, algumas cessam, e outras não,

Alguns seres bons partem, e as dores insuportáveis;

Dormem, viram lembranças para quem fica, solução,

Como anestesia, acalmando dissabores terríveis...

E silêncio é paz, o ser volta enfim, pros braços do Pai,

E lágrimas são acordes tristes, para os que aqui ficam;

No agradecer quase egoísta pela paz, por amar quem vai,

Algumas dores passam, outras persistem, mortificam.