Declaração

O amo, no calar de meus lábios, no conter das mãos,

Em versos que te componho, disponho meu coração;

Na saudade das infinitas horas, marcando a solidão,

Em sonhos tão bonitos, coloridas imagens, imaginação.

Pelo sim e não, pela constância, por essa insistência,

Pela quase falta de discrição, no devorar da paciência;

Essa quase falta de razão, mas tão perdoável inocência,

Pelo inexplicável que une, sem a resposta da ciência.

Mas minha crença traz toda explicação, eis uma verdade,

Em sentimento justificável, gostinho de quase felicidade;

Que invade esse ser tão pequeno, que passeia pela cidade,

Pelas ruas enfeitadas, de luzes e cores, voa em liberdade.

Amo por ser tudo que resta, e é tanto, não cabe no peito,

Amo por saber de nada e de tudo, e assim, ainda aceito;

Amo sem pedir muito, querendo tanto, esse é um defeito,

Amo com toda admiração, e com todo profundo respeito.